segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Sintonia de estilos... Music Fest

Por Mariana

A noite inicia com um público bastante empolgado, alguns elitizados, outros mais alternativos. Ressalva para a organização que soube conduzir e proporcionar bastante comodidade.
E a primeira banda a se apresentar foi a uberlandense Maria Fumaça(Mafu), que contagiou e empolgou o público com a marcante presença de seus integrantes e a sincronização da banda. Interpretaram sucessos de Tim Maia, O Rappa e o polêmico Planet Hemp.
Logo após uma parada, vale ressaltar que a educação e liberdade de expressão é válida até para artistas que estão consagrados, que colocam uma equipe sem educação e grossa, e impedem que outras pessoas possam trabalhar, é isso aí relicário! A imprensa independente também fortalece quem está no auge da fama.
O show do Nando Reis foi legal, o som estava bom, mas faz repensar que ás vezes bandas glamurosas, nem sempre ofusca bandas independentes; vale a pena tomar escarrada de whisky do João Gordo, que flores das backing-vocal do ruivo.
Após tudo isso a cena independente entra novamente, com a agitada e imponente presença da cantora Myllena, e mesmo tendo feito um show com muitas reinterpretações, deu nova roupagem a músicas conhecidas, e pôde mostrar boa música fugindo da linha pop-bossa-samba-musicalidade para dormir. Em um papo rápido com Myllena, ela demonstrou a dificuldade em mostrar seu trabalho e as pessoas acreditarem nisso.

“O espaço está pouco democrático, o negócio e fazer som, e de qualidade, que o reconhecimento vem com o tempo...

...O público de Uberlândia é bastante atencioso e crítico, de início olham com receio, mas depois vêem que o negócio é massa, aí é só deixar rolar o som.”

Carisma e atenção á parte, vale conhecer o trabalho caloroso de Myllena.
E retornando ao palco principal a oitentista banda Biquíni Cavadão inicia seu show com a mesma singularidade e forma de tocar de seus 23 anos de estrada. E emocionou o público ao relembrar do aniversário de morte de Renato Russo, e trouxe a sua interpretação única de Exagerado. Molhou o público com a simpatia, e retornou aos vários bis solicitados pela galera. Ao final da apresentação conversei com o vocalista Bruno:

Pin up Punk: Em 2007 vocês lançaram um cd independente, mas que teve a distribuição feita pela Sony, não é contraditória essa independência?

Bruno: Acredito que bandas como a nossa, tem que apostar de várias formas para ver a sua música reconhecida. As gravadoras geralmente apelam para o comercial, mas a nossa interpretação já atravessa gerações, e acredito em nosso público fiel.

PuP: E a nova safra musical, o que vocês pensam sobre isso?

Bruno: Tem muita coisa boa no mercado, o que falta é filtrar isso e melhorar ainda mais. Ás vezes eu recebo músicas de bandas que eu penso, porra essa vai estourar, mas aí eu vejo que ás vezes as pessoas se perdem no comercial e apelativo.

Um festival que misturou diversos tipos de público, não tão independentes, mas que supre a carência de música aqui em Uberlândia. Seguindo a proposta do idealizador Emerson, o festival agrada ao seu objetivo.

“A proposta do festival é unir e não deixar que bandas oitentistas caiam no esquecimento. Que a mesma galera que pôde ver estas bandas iniciarem, não sintam receio de se misturar á galera de hoje em dia. Trazendo bandas independentes e desmitificando a idéia de um festival elitizado.” Emerson Laender

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